Orlando e o Mundo: aos meus olhos. #day6

Boa tarde, meus babes.
Hoje estou aqui, pela sexta vez (ahahah, têm mais 24 dias seguidos para me aturar, fuck yeah) para dar continuidade ao meu desafio de 1 post durante 30 dias.

No post de ontem pedi-vos que me deixassem sugestões para o post de hoje...
Uma das minhas fãs mais assíduas pediu-me para comentar o atentado em Orlando e aproveitando a maré, pego já noutra sugestão que seria a questão das armas nos EUA.
Assim sendo, o post de hoje terá um cariz mais sério ao que peço desculpas antecipadamente por deixar de lado o registo informal e humorístico a que vos habituei.
Quero deixar também aqui bem esclarecido que qualquer coisa que eu escreva a seguir trata-se da minha perspectiva do sucedido e que, tal como os demais, tenho o direito de a expor se assim o entender.

O atentado em Orlando
Sinceramente, ainda não tinha lido muitas noticias sobre o assunto, vi posts no facebook e pouco mais. Para vos falar deste assunto, tive que me informar sobre o mesmo através de noticias e afins, e como sabem hoje em dia a informação transmitida ao público está cada vez mais contaminada pelo que se eu disser alguma coisa errada perdoem-me.

É assustador saber que não estamos seguros em lado nenhum. Seja numa discoteca virada para a comunidade LGBT ou no centro comercial onde circulam pessoas de qualquer orientação sexual e género. É assustador saber que ainda há pessoas tão perturbadas que matam pessoas pela sua orientação sexual ou pela sua cor de pele. É assustador saber que num momento podes estar a tirar o teu bilhete para o metro e no momento a seguir pode explodir uma bomba à tua beira. É assustador saber que o ser humano não é tão humano assim, seja ao aniquilar o próximo ou a atropelar animais na estrada como se nada fosse.

Dirigido para o homossexual, bissexual, travesti, transexual e transgenero: vocês têm todo o meu apoio, e lamento muito que se sintam demasiado oprimidos para serem aquilo que são. Lamento que depois deste ataque se sintam mais desprotegidos, mais desamparados, menos seguros. Lamento.

Espero não ferir susceptibilidades com o que vou dizer, mas na realidade (e isto sendo a minha opinião) não acho que o real problema nesta história toda seja o preconceito em relação à orientação sexual e ao género, e que me desculpe quem julga que seja... mas eu penso realmente que o verdadeiro problema nesta história toda são os crimes de ódio. Infelizmente o que aconteceu em Orlando é "só" "mais um" crime de ódio.
Como tantos outros que, infelizmente, já aconteceram.
Como tantos outros que, infelizmente, ainda estão para acontecer.
Como tantos outros que, se calhar, estão a acontecer neste momento mas que o mundo julga não serem tão importantes para serem divulgados.
Como o crime de ódio que ocorreu há alguns dias em África levando à morte de dezenas de crianças.
Por isto é que eu digo, não nos foquemos na morte de homossexuais, de travestis, de bissexuais, de transgéneros, foquemo-nos na morte de seres humanos! Sabem o que é que estas vitimas eram antes da sua orientação sexual? Eram PESSOAS! E já chega de pedirmos para sermos respeitados por seremos pretos, brancos, gays, heteros, deficientes ou génios! Não!

Sabem porque é que tem que haver respeito ao próximo antes da conversa do "porque temos direito a ser aquilo que somos" do "porque não escolhemos a nossa cor de pele" ou tantos outros argumentos que estas pessoas oprimidas pela sociedade se veem obrigadas a dar ao mundo para serem respeitadas?

Tem que haver respeito ao próximo porque tal como tu, são pessoas também. Ponto. São seres humanos. Ponto. Porque apesar de sermos todos diferentes, somos todos iguais! Ponto!
E, se calhar, num mundo perfeito, onde se respeitasse o próximo pelo simples facto de existir, não seria necessária mais nenhuma razão para nos respeitarmos mutuamente além da nossa existência conjunta.
Não seria necessária a emancipação da mulher que dura há anos.
Não seriam necessárias as marcas do PRIDE.
Não seria necessário os pais explicarem aos filhos que, apesar de aquela pessoa ter uma cor de pele diferente, é uma pessoa normal.

Pelo que li (para consultarem a fonte cliquem aqui ), o pai do atirador disse que não se tratava de um crime pela religião, mas que o filho tinha ficado transtornado ao ver dois homens beijarem-se.
Pelo que li, esta pessoa era violenta, transtornada, mentalmente instável. Ainda assim foi-lhe possível adquirir 2 armas de fogo, e a melhor parte (note-se a ironia) é que as adquiriu LEGALMENTE. Querem saber outra melhor parte? É que este individuo já tinha sido investigado por possíveis ligações a terroristas. Ainda assim, foi possível que um homem com estas condições psicológicas e com estes "antecedentes"  comprasse duas armas de fogo.
Comprou duas armas para quê? Para se defender? E porquê duas? Porque é tudo à grande e à americana nos EUA, não fossem eles os EUA. Não sou contra nem a favor da questão das armas nos estados Unidos, porque francamente quem quiser arranjar uma arma, arranja. Legal ou ilegalmente. E já que estes bandidos podem matar de qualquer maneiras que as pessoas também tenham meios para se defenderem. Mas, lá está, é importante não esquecer que fica mais fácil para as pessoas se defenderem, mas também se torna maior a possibilidade de serem atacadas.

Por isso, não, para mim o maior problema não é ele ter morto 50 pessoas da comunidade LGBT. Para mim o maior problema é ele ter morto 50 pessoas que estavam no local errado há hora errada porque uma pessoa mentalmente instável se lembrou que lhe apetecia matar pessoas porque não aceitava quem essas pessoas eram. Como se ele tivesse o direito de não aceitar alguém por esse alguém ser ele mesmo. Para mim o maior problema é estas coisas acontecerem todos os dias seja na América ou na África ou na Europa.
Todos os dias, os animais racionais, os tão chamados de seres humanos tiram um número incontável de vidas através dos crimes de ódio, porque lhes apetece.
Por isso, não. Eu não quero ser charlie, nem bruxelas, nem gay. Eu quero ser pessoa e quero poder viver sem medo. Quero que todos possamos ser quem somos, sem receios.
Num mundo perfeito talvez isto seja possível, neste mundo não é, nem nunca será.

"O conceito de paz mundial refere-se à convivência pacífica entre os povos. É considerada uma das principais metas da humanidade, mas geralmente é vista como um ideal utópico." (fonte: wikipédia)

Só queria a paz mundial. Eu sei que sou sonhadora. Não sei se algum dia lá chegaremos, acho que a raça humana entra em extinção antes de isso. Mas sonhar não custa, certo?


A todas as vítimas dos crimes de ódio: descansem em paz. 



E pronto pessoal, assim chego ao fim do meu post. Peço desculpa se alguma coisa não correu bem, mas este é um assunto que me perturba bastante. Peço também desculpas pela extensão do texto. Quanto às outras sugestões que me deram, a seu tempo lhes dedicarei um post. Não se preocupem! :)
Caros melhores leitores do mundo, por favor deixem os vossos comentários.
Até amanhã, muitos beijinhos :)